Índia: Em Meio à Idolatria, o Reino de Deus Avança

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Segue abaixo o relato pela missionária Mári que está no país da Índia fazendo a obra de Deus.

Prezados irmãos,

Seguimos na batalha aqui na Índia e louvamos a Deus por tudo o que Ele tem feito.

Agradeço imensamente as orações em meu favor. Já estou quase que totalmente recuperada da Dengue e, assim, vencemos mais uma batalha, para glória de Deus.

Foram momentos bastante difíceis pra mim, mas Glórias a Deus por tudo. Passei 9 dias e noites com febre alta, além de dores fortes no corpo, inapetência e outros sintomas que me debilitaram bastante. Fiquei 6 dias baixada no hospital e tomei cerca de 10 litros de soro, o que me susteve nesses dias, pois praticamente nada comia.

Agora, mais forte, sigo em frente na batalha. Deus é bom e fiel e tem nos cuidado e guardado. Aleluia!

A obra segue em frente aqui na Índia, para a glória de Deus.

Além das diversas atividades na igreja sigo trabalhando na Escola onde dou aulas de Português para 85 alunos.

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Ir. Mari ensinando português aos indianinhos

Também uma vez por mês visito o Estado de Andra Pradesh, onde os trabalhos seguem nas nossas igrejas de Markapur, Tripurantakam, Mirianpalli, Macherla e, nossa mais nova igreja, em Durgi. A viagem de Outubro fiz com a Keerty, filha do ir Anand Paul.

A cada mês há uma consagração com reunião de obreiros no Estado de Andra Pradesh, quando o Pastor Humberto ministra aos irmãos por videoconferência. Cada mês em uma igreja e cidade diferente.

A igreja de Vinukonda teve de ser fechada por falta de obreiros, pois Anand Paul foi transferido para nossa igreja sede aqui em Bangalore.

No dia 13 de novembro tivemos batismo em Markapur, quando 10 pessoas desceram às águas, entre elas, 5 integrantes da família do Prassad, que no total são 20 pessoas convertidas após sua morte.

O Prassad era um homem hindu que, sofrendo com câncer na garganta já há sete meses, definhando sobre uma cama, passou a receber nossa oração e visitas frequentes, quando tivemos oportunidade de pregar a mensagem de salvação a ele e sua esposa. Uma semana antes de morrer ele aceitou a Jesus como seu salvador e pediu para que retirássemos as guias hindus que usava em seu corpo.

Em meio aos familiares hindus, sob a graça de Deus fizemos o culto fúnebre em sua casa e, mais tarde, nova mensagem de salvação foi ministrada no momento do enterro, quando um de seus filhos, aceitando a Jesus, arrancou ali mesmo a guia hindu que carregava no pescoço e se converteu a Cristo. Foi um dos 10 que se batizaram no último dia 13 de novembro. leluia!

A Semente da Palavra de Deus seguiu germinando e dando frutos e toda a família do Prassad se converteu . Em 2015 a viúva já havia descido às águas batismais, agora, mais dois filhos foram batizados.

Ao total são hoje em torno de 20 familiares do Prassad que deixaram o hinduísmo e se converteram à Cristo, e que estão congregando na nossa igreja de Markapur, sendo seis já batizados em águas, entre eles a viúva, dois filhos e outros 3 parentes do Prassad.

Os desafios aqui nesta nação são grandes e a terra bastante árida, mas fiel é aquele que nos chamou e nos dá graça para seguirmos em frente.

Aquele ano que estive aqui na Índia, lá em Markapur, foi só uma escola para podermos nos estabelecer aqui em Bangalore, onde a situação é bem mais delicada e a opressão espiritual intensa e diária. Somente por milagre de Deus levaremos as almas à Cristo. A idolatria é muito grande. O aprisionamento mental e espiritual que vive esse povo é algo inexplicável.

A igreja aqui em Bangalore está sendo frequentada por pessoas que no total falam 4 idiomas. Isso é um dos desafios aqui em Bangalore, mas nada difícil para nosso Deus.

Compramos algumas Bíblias em Inglês, Tamil, Telugu e Kannada e aos poucos estamos ensinando as crianças e jovens a manuseá-las e procurar as passagens bíblicas. Só Jesus pra nos ajudar. Mas estamos alegres e contentes pois com Cristo no barco tudo vai muito bem.

Nos arredores da igreja aqui em Bangalore, a cada dia temos novos desafios e surpresas e assim vamos conhecendo mais e mais a cultura, hábitos e costumes desse povo para o meio do qual Deus tem nos enviado.

Eu creio que Deus nos colocou em meio à maior concentração de povo muçulmano da cidade. Tem dias que eles tomam conta dos arredores da igreja e se apossam até do estacionamento e, tanto eles como hindus e cristãos “misturados” colocam grandes banners em frente à fachada da igreja e até sobre a placa do Ministério que colocamos. Dia desses esses últimos taparam metade do nome Restauração com um banner enorme cheio de fotos de pessoas da vila e a imagem de Maria.

Outro dia teve festa no templo hindu que fica bem em frente à nossa igreja e eles estenderam as bandeirolas de lá do templo até a nossa igreja. Só Jesus pra nos dar sabedoria para lidar com cada situação.

Dia desses os arredores da igreja foram tomados por pastores, ovelhas e muçulmanos. Os pastores vendiam aos muçulmanos as mais belas ovelhas que já vi na Índia,

para eles comemorarem o Eid al-Adha, a “festa do Sacrifício”, evento islâmico mundial e anual em que um animal é morto por cada membro da família. Este cordeiro precisa ser sem defeito e de no máximo um ano, por isso até os dentes dos animais eram cuidadosamente examinados.

Duas semana antes, a mesma região nos arredores da nossa igreja foi tomada por fabricantes e vendedores de enormes esculturas do deus Ganesh, que eram vendidas para procissões de rua, quando a imagem é carregada sobre caminhões, e para serem colocadas dentro das casas, comércio… numa festa nacional que durou vários dias e que incluiu a explosão de metros de bombas em frente à nossa igreja.

Naqueles dias, principalmente aos sábados, durante a transmissão da videoconferência, quando um pastor do Brasil ministrava para os presentes na igreja, os moradores da vila mais próxima festejavam, adoravam Maria e também lançavam bombas em frente da igreja.

Nesses dias tivemos que fechar a porta e aumentar o volume do som para conseguirmos ouvir a mensagem.

A festa finalizou com uma procissão composta por uma ensurdecedora banda tocando em frente à nossa igreja e uma multidão carregando velas acesas seguindo um carro alegórico iluminado que carregava a imagem de maria, tal como os Hindus carregam seus deuses aqui.

Coisas normais, do cotidiano e cultura indiana, que muitas vezes nos entristecem por ver as almas caminhando ao inferno, mas que não nos tiram a coragem nem nos desanimam na jornada em busca de almas para Cristo. A obra é de Deus. Em meio a todas as batalhas a igreja está vencendo, com as portas abertas e oportunizando a todos ouvir o evangelho de salvação. E certamente sementes vão germinar.

Temos certeza que, apesar das batalhas diárias, estamos no lugar onde Deus nos colocou. E isso é o que importa.

Com tudo isso, aos poucos vamos conhecendo mais e mais a cultura, os costumes, a mente desse povo para o meio do qual Deus nos enviou.

Em agosto saí à procura de alguém para fazer novo banner para a frente da igreja e um toldo, algo para proteger a porta e evitar que as motos e carros bloqueassem a entrada. Conversando com um comerciante hindu ele me disse que estava fechando sua lojinha e que daria tudo pra nós e que apenas deveríamos retirar. Aleluia!! Um homem hindu ajudando a igreja; um indiano nos dando algo, sem nos cobrar nada. Isso é milagre de Deus!!

Ir Anand, ir Sugnamma, sua esposa e eu pegamos as ferramentas e fomos lá retirar. Contratamos uma carroça puxada a cavalo, animal raro na Índia, e levamos o toldo para a igreja. Compramos duas escoras de madeira e instalamos nós mesmos o toldo e está uma bênção. Deus é bom.

O irmão Anand Paul e sua família tem sido gigantes aqui em Bangalore. Eles estão sentindo bastante a diferença em relação a cidade de onde vieram, mas estão com coragem, firmes e batalhando pela obra e pelas almas aqui.

A igreja abre todos os dias. De terças às sextas pela manhã há uma hora de oração. Terças, quintas e sextas à noite temos cultos. Sábado temos consagração durante todo o dia e culto em inglês à noite, por videoconferência. Aos domingos, temos a Escola Bíblica, que começa às 8h da manhã e às 9h30min começa o culto.

Também quero testemunhar que desde que alugamos o prédio para a igreja, em maio, até agora, ainda não havíamos pagado nem um centavo de conta de luz. Ocorre que o inquilino anterior havia pagado quase 4 mil rupees a mais na conta da luz antes de sair do prédio e isso ficou de crédito para nós. Glórias a Deus.

Em meio à idolatria, ao islamismo, à resistência dos infernos, Deus está tocando nas vidas e estabelecendo o Seu reino nesta nação que Ele ama.

A minha professora de Kannada e seu esposo, Antony, seguem frequentando a igreja regularmente e sua filha já foi duas vezes na igreja. O Antony está sendo discipulado pelo Pr James, pois quer fazer parte de nossa igreja.

Dia 02 de setembro, sob luz de lanternas devido à falta de energia, iniciamos o culto de Jovens. Mesmo sem luz elétrica, 8 jovens compareceram ao culto, o que nos deixou muito felizes e agradecidos a Deus. Tivemos também em setembro nossa primeira vigília na igreja aqui em Bangalore.

As crianças são maioria na igreja. Vão e voltam, não tem disciplina, não sabem ler a Biblia, não tem reverência…. mas Deus está trabalhando nos pequenos corações e já temos crianças que oram ao entrar na igreja, oram ao microfone, cantam e crianças que já entendem que um verdadeiro cristão é diferente do mundo. Aleluia. Mas temos de fazer mais por estas crianças. Estamos orando, buscando uma direção de Deus.

Nesta semana, uma família que está frequentando os cultos de sábado decidiu congregar conosco e vai começar a fazer o discipulado.

Deus está trabalhando e cremos que Ele irá prover a igreja de membros e obreiros que amem verdadeiramente a Deus e falem as línguas desse povo para pregar a o Evangelho genuíno de Jesus Cristo. Talvez eu não viva para ver, mas tenho certeza que Deus fará isso aqui. Aleluia. Se Ele me permitir ver frutos, por sua misericórdia, amém, mas tudo que mais quero é seguir em frente na chamada que Deus fez para mim e, como disse Paulo, “combater o bom combate, acabar a carreira e guardar a fé”.

Deus é poderoso e está à frente no campo de batalha.

Que Jesus abençoe a cada irmão que tem orado por mim, pela obra na Índia e contribuído com suas ofertas.

Que Jesus vos recompense.

Devudu Nimannu Assirvada Madali (Deus vos abençoe, em Kannada, uma das muitas línguas faladas aqui em Bangalore)

Paz do Senhor

Ir. Mári – India

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